quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Linha de Passe - retrato da são paulo que vejo

A escuridão total da sala de cinema é quebrada com o surgimento de uma grande torcida,
(a quem diga que a maior do Brasil), em meio a multidão uma torcedora grávida de seu quinto filho, vibra e se desespera, é a atriz Sandra Corveloni (melhor atriz em Cannes) atua com tanta veracidade que fica difícil encontrar a intérprete, logo surgem tramas paralelas, Igreja Pentescotal, peneira em campo de futebol, pontos de ônibus cheios e o trânsito caótico da grande metrópole, estórias solitárias, momentos de convergência. Sutis ou agressivas as tramas se dissolvem num mesmo fato todos lutam pelos seus sonhos, formam uma família de sonhadores, que busca cada um por si, todos juntos, um refugio: na religião, no esporte, no "erro" ou nas descobertas.
A periferia de São Paulo serve de pano de fundo, de uma vida pautada na sobrevivência.
Ir ao cinema pra enxergar o que esta acontecendo ao lado de casa é um tanto doloroso, mas ir ao cinema pra perceber que enquanto a vida te diz não, você diz sim é contagiante. Linha de passe tocou sutilmente no meu orgulho, sucitou suspiros no meu desespero e fortaleceu minha fé! é o cinema também fortalece a fé, tenho percebido isso a pouco, mas em tempo!

O filme de Walter Salles e Daniela Thomas nos prende e provoca sentimentos tão particulares que a cada cena tentava me encontrar, e lá estava eu...

Quando a vida te diz não...

"é mais um filho que agente não sabe nem quem é o pai"
- cala a boca eu sou o pai e mãe de vocês , ouviu? eu sou pai e mãe de vocês, eu.


- você não pode ta falando isso Eu sou um homem de bem Deus é testemunha!

Aonde você vai garoto?
-procurar meu pai!
- aqui não parada de motoboy não, nem quando ta chovendo, cai fora!

- gostei de seu futebol mas igual as você tem mais de mil só que com 15.

você precisa inventar uma saída...







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