Arde na terra a solidão da lua
Iluminando meu olhar perdido
Entre campinas, abismos, chapadas...
Meus olhos queimam a última lembrança
Como fogueira em noite de estrelas
Me deito só, com vista para o mundo
Calando fundo meus sonhos, minhas queixas,
Mas alço vôo em busca de teus passos
Piso descalço na terra do teu corpo
Suave passo, suave gosto, cheiro de mato
Meu braço lasso, eu lanço em segredo.
Vem ser meu canto, meu verso, meu soneto
Vem ser poema no árido deserto
Serei oásis, silêncio, festejo
Serei sertão nas horas de aconchego...
Maria Bethania
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