Vítimas da seca apelam para saques e protestos no Ceará
A seca e a fome geram tensão e até ameaças de saque no sertão central do Ceará. Sem água, com a safra perdida e sem dinheiro, agricultores do município de Madalena (190 km de Fortaleza) invadiram a prefeitura duas vezes neste ano e só saíram do local depois que receberam cestas básicas.
A pouca água que existe em Madalena é tirada de poços, que têm vida útil limitada. Na comunidade de Salgadinho, ela acabou há quatro meses. Só após duas tentativas de escavar um novo poço é que mais água foi encontrada, há 20 dias.
"Não tinha água nem para os bichos. O caminhão-pipa vinha abastecer a cisterna, mas logo acabava a água e ficava um desespero só", disse Antônia Cláudia Serafim de Oliveira, 35, mãe de sete crianças. Ela sobrevive com R$ 120 do Bolsa Família e com a ajuda dos pais aposentados.
Assim como Antônia, outros agricultores do município são mantidos pelo Bolsa Família, entregue a 2.300 famílias de Madalena, e pelos R$ 110 do Garantia Safra, programa federal que funciona como uma espécie de seguro para o caso de perdas de safra.
Esse valor será pago até fevereiro a 2.700 agricultores do município. Quem não o recebe fica dependendo da ajuda de familiares aposentados, cerca de 2.600 pessoas na cidade.
"Neste ano não choveu nem para plantar. O que salva é que os comerciantes conhecem a gente e vendem fiado", disse o agricultor Antônio Fausto de Oliveira, 54. "É receber o Bolsa-Família, pagar as dívidas e fazer outras novas para ter comida em casa", afirmou.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u338657.shtml
Um comentário:
Difícil vidas secas do povo do sertão, parece um problema longe de ter fim ..
Obrigado por aderir à nossa blogagem coletiva, já incluí seu blog na lista, ok ??
Um abraço, voltarei aqui mais vezes !!
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