sábado, 26 de janeiro de 2013

São Paulo maltrata muito sua gente


Tudo nessa cidade é grande...
Entrei no elevador, que voltava do 22° andar, eu vivia no 9°, no andar de baixo entra um moço com roupa de ginástica, no 3° um chinês, mais de 3.000 mil pessoas moram nesse prédio, ricos e pobres, mas cada um com sua entrada, São Paulo fingi que anda junto!
Saio do prédio e me deparo com uma imensidão de bicicletas: a Paulista virou ciclovia!
Caminho pela larga e mais importante Avenida do Brasil, vou em direção a Consolação até a livraria e na entrada da loja cadeiras de praias são ocupadas por leitores que parecem não se preocuparem com a multidão de gente que passa ou com a fila no cinema, a praia do Paulista é mesmo um mar de gente.
Depois de olhar alguns discos saio da livraria e desço a Augusta, rua conhecida pelos cinemas, baladas e prostitutas, lugar onde todas as tribos se misturam à procura de festa e distração.
Olho filmes na calçada em uma barraca improvisada com papelão, o vendedor gentil mais impaciente, preocupado com a possível aparição de um policial me mostra sua grande variedade de filmes, cidade que trabalha com medo de ser presa.
Volto para a Paulista e caminho entre turistas e paulistas, sigo em direção ao Paraíso, minha barriga ronca, é preciso comer algo rápido, um grande paradoxo na cidade onde se pode comer pratos do mundo todo, mas com as maiores filas do mundo.
Viro a esquina e na entrada da Brigadeiro uma senhora estende a mão pedindo algo para comer, alguns passos e um garoto jovem estendido no chão volve seu olhar a mim, atravesso a rua e um grupo de mulheres com seus filhos, muitos! Pedem dinheiro para comprar comida.
O árabe onde gosto de comer, está fechado então entro no buteco do lado e peço uma coxinha. Com a malas porque estava a cominho de Suzano, um senhor se aproxima de mim e me diz: “ Please, Do you speak english?
e contninua andando até chegar no seu lugar, uma calçada onde vive na rua. São Paulo maltrata muito sua gente.
Desço o buraco do metrô e sigo a caminho da região metropolitana, na estação da Luz uma multidão espera o trem, gente que viaja todos os dias, para servir uma São Paulo rica, que esquece das suas ruas, do metrô lotado, do centro velho e quando lembra, compara... com a Europa e Nova Iorque. Mas esquece que a cidade é feita por nós, nossas escolhas e omissões, quem maltrata essa gente somos nós... Nós que odiamos e amamos São Paulo.

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