domingo, 24 de fevereiro de 2008
Tapa na cara
domingo, 17 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
O meu guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aíOlha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guriE ele chega
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava láOlha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
Chico Buarque
1981
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Soneto do Só
sentiu-se pobre e triste como Jó
Um cão veio lamber-lhe a mão na estrada
espantado, parou. Depois foi só.
Depois veio a poesia ensimesmada
Em espelhos. Sofreu de fazer dó
Viu a face de Cristo ensanguentada
Da sua, imagem - e orou. Depois foi só.
Depois veio o verão e veio o medo
Desceu de seu castelo até o rochedo
Sobre a noite e do mar lhe veio a voz.
A anunciar os anjos sanguinários...
Depois cerrou os olhos solitários
E só então foi totalmente a sós.
Vinicius de Moraes
Rio, 1946
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Tempo
ter, um teatro, uma orquestra, não
hoje em dia as cidades se orgulham de ter um DRIVE THRU.
Então o cara pega o carro, entra na "lanchonete" fala com a máquina,
dirige mais um pouco e pega um saco de comida, um saco de bebida,
sai comendo, dirigindo e falando ao celular.
Isso tudo pra ganhar tempo, tempo pra que?
Humildade - Cora Coralina
Saber Viver
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Santo, Pai Tu És Santo
Santo, pai tu és santo
Mesmo que a escuridão venha me envolver
Pai, tu és soberano
Mesmo que a confusão me impeça de ver
Senhor eu não mereço o teu amor
Quando não crendo impeço o teu tocar
Desejo ser um reflexo claro e puro
Do teu amooooooooooooor ...
Venho então ...
Entro em teus átrios e aos seus pés me coloco
Tu és meu salvador e pertenço a ti
Tudo o que se passou na minha vida senhor
Pertence a ti (2x)
Pois só tu és santo
Tu és santo, tu és santo, ...
Venho então ...
Entro em teus átrios e aos seus pés me coloco
Tu és meu salvador e em ti eu confio
Tudo o que se passou na minha vida senhor
Pertence a ti (4x)
Pois só tu és santo
Santo, Pai Tu És Santo
Clamor pelas Nações
Composição: Rita Springer
Reconvexo - Caetano Veloso
Apesar de não ser tão famosa, a letra da canção explora as muitas faces da Bahia, assim como a cultura brasileira. Esta música já foi gravada nos discos Memória da pele e Maria Bethânia ao vivo e no DVD Tempo, tempo, tempo, tempo, de 1989, 1995 e 2005, respectivamente.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Reconvexo"
Antes que minhas memórias se vão...
Minha memória mostra cenas enrriquecedoras,
dos tempos que morava na Bahia.
As tias de meu pai fortes negras,
como a maioria da população bahaina;
lembro de uma casa grande com um quintal extenso,
elas eram doceiras, grandes tachos coziam doces.
O doce aroma invadia minhas narinas.
O doce de batata era o meu preferido.
Além da culinária, aquela casa abrigava os sambas,
reunia-mos em roda, meus olhos brilhavam, as palmas se misturavam com o doce aroma dos
tachos .
A casa daquelas tias quardava grandes tesouros...
No Natal abrigava o maior presépio da cidade na "inauguração" até o padre da igreja matriz comparecia.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Wave
Vou te contar meus olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho
O resto é mar, é tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz é impossível ser feliz sozinho
Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade,
Agora eu já sei,
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
Agora eu já sei
Tom Jobim