sábado, 4 de outubro de 2008

Abril Despedaçado


Abril 1910 - Na geografia desértica do sertão brasileiro, uma camisa manchada de sangue balança com o vento. Tonho, filho do meio da família Breves, é impelido pelo pai a vingar a morte do seu irmão mais velho, vítima de uma luta ancestral entre famílias pela posse da terra.
Se cumprir sua missão, Tonho sabe que sua vida ficará partida em dois : os 20 anos que ele já viveu, e o pouco tempo que lhe restará para viver. Ele será então perseguido por um membro da família rival, como dita o código da vingança da região. Angustiado pela perspectiva da morte e instigado pelo seu irmão menor, Pacu, Tonho começa a questionar a lógica da violência e da tradição. É quando dois artistas de um pequeno circo itinerante cruzam o seu caminho...
"Fiquei atraído pela qualidade mitológica do confronto ancestral narrado por Kadaré - este embate trágico entre um herói obrigado a cometer um crime que não quer e o destino que o impele à frente. Atraído por um mundo que antecede ao tempo, que antecede a palavra, que é feito de não ditos, de olhares. Um "huis-clos" a céu aberto, ao mesmo tempo intimista e épico."
Walter Salles

Não só o céu verdadeiramente azul do Nordeste se repete neste filme "obra prima", a mesmice incomoda, não há alegria naquela casa suja, como os bois que andam em circulo para moer a cana assim também é a vida dos encardidos moradores, que não tem tempo pra si mesmo, o silêncio dita a hora da morte, o olhar de Tonho fala... Mas Menino, sem nome, o livro, presente de personagens de um circo, culpados pela mudança, instiga o garoto a sonhar, só que pra morte não a tempo pra sonhar, é no sonho que ele busca diminuir a dor de quem defende o irmão herói.

2 comentários:

lucas lyra disse...

Lindo o filme, o post e esta foto do céu!!!
fiquei com vontade de ver de noovo!

Ana Deise disse...

Maravolhoso o filme! Uma bela história!